sábado, 24 de julho de 2010

Baixa esse volume, ô garoto!!!!


Eu realmente peço perdão a todos os vizinhos que incomodei, junto com meus amigos, com os bailes até tarde. Não tem nada mais chato do que tentar ouvir seus próprios pensamentos dentro de sua própria casa e não conseguir. Tudo bem, quando você mora perto de um clube, não tem jeito. Poxa, eu moro perto de um salão de festas. Tudo bem, eu tenho o direito de chamar a polícia depois das dez. Só que o som vibrando no meu apartamento já me deu dor de cabeça só de tocar das 18:00 às 21:00. E olha que o troço fica do outro lado da rua.

Se eu descobrir o corno que montou isso no terraço do prédio da frente eu mato!

Eu já devo estar gagá, - não tanto quanto a outra Lady, pois ainda não acho que alumínio seja um bom "tecido" para fazer roupa - mas eu me lembro de conversar com meus amigos no baile. Depois de um tempo, conversar ficou impossível mesmo. Depois ficou impossível pensar. Depois ficou impossível dormir, porque eu fui morar numa certa esquina da Tijuca. Na esquina oposta, onde antes era uma marcenaria, abriram a "Embaixada do Nordeste".

Que saudade do barulho das serras. Mas eu disse a mim mesma: "Pelo menos, quando essa onda miserável passar, vai vir algo suportável. Não tem jeito de ficar pior do que isso.

É..

O bonde das gostosas vem aí para jogar o feminismo no lixo e provar que, se só um tapinha não dói, uma surra, uma sessão de tortura e desmembramento ocasionando na ocultação do cadáver não pode ser tão nocivo assim.

Ah, eu nem vou entrar naquela discussão interminável sobre o valor do Funk. Teve um filme tão legal com o rapaz do "Barrados no Baile", Jason Priestley, sobre isso - Proibido para Menores. O filme trata do quanto a música era uma ofensa para os mais velhos. Eu me lembro do primeiro Rock'n Rio (SIM, eu sou VELHA!!! Graças a Deus - porque isso prova que eu ainda não morri!!) quando os pais achavam que o mundo iria acabar e que aquilo era o portão para o inferno. Eu ainda não poderia ir, mas minha irmã mais velha voltou coberta de lama e de alegria.

Talvez tenha tido muito barulho na nossa época também. Quem tem medo da Lady Gaga quando se lembra da Nina Hagen? E teve coisa muito pior, mas eu não lembro deles serem uma febre, ou de serem reconhecidos como movimento cultural. Eu lembro que Justin Bieber era cinco: Menudo!!! Eu fui menudete. Eu não tenho vergonha, não. Eu podia estar engravidando em trenzinho no Baile Funk.

Bom, apesar de curtir gente que aparece por agora, tipo o Blitzen Trapper que toca na fitinha lá em cima, eu vou dar uma de velha coroca e admitir que tenho saudades de antigamente, quando até a merda era legal.

Ela mesma: Lindaaaaa garotaaaaaaaa, de Berliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmm!

Tá lembrando dos anos oitenta? Lembra direito, porque você já vem enquanto eu ia - só que você não viu nada por lá e HÁ! HÁ! HÁ!



A ironia? Esse troço que eles estão dançando é muito mais funk do que o "funk" carioca.

Eu até iria fazer uma comparação e colocar(
cuidado isso é o link para) uma letra do K-9, mas não vou fazer isso com meu blog. Meus alunos dizem que nem todo funk é agressivo, mas eu não lembro de sentir dor nos ossos do rosto - sério, é isso mesmo que eu sinto! - ao ouvir uma "melodia". Só acontece com esses caras.

Ai, só para limpar a mente depois de uma breve lembrança desse lixo, um barulho bem alto, bem cafona, bem ofensivo - daqueles que a gente berrava com raiva!



Os pais gritavam com a gente, mas pelo menos a gente aprendeu a escolher música. Fazer vídeo é outra história, mas música, a galera sabia fazer.